A Realidade do Médico Plantonista: Desafios, Respeito e Limites

Você já parou para pensar na rotina extenuante de um médico plantonista?
Infelizmente, episódios de desrespeito e até agressões físicas contra esses profissionais têm se tornado cada vez mais comuns. Essa realidade, em sua esmagadora maioria, é injusta – não apenas com os médicos, mas também com o próprio serviço de saúde.

Rotina de trabalho: o peso de horas intermináveis
Os médicos plantonistas frequentemente enfrentam jornadas que podem chegar a 60 horas ininterruptas, divididas entre diferentes unidades de saúde. É isso mesmo: até 60 horas!
Agora, imagine enfrentar a responsabilidade de salvar vidas sob tamanha pressão física e emocional. Embora os médicos estejam acostumados a jornadas intensas, isso não significa que são máquinas. O público precisa entender que o regime de plantão não é um regime de prontidão contínua.

O plantonista tem o direito e a necessidade de descansar entre os atendimentos. Ele precisa estar recuperado e alerta para atender a urgências e emergências, que, por sua própria natureza, são imprevisíveis. É um erro esperar que o médico esteja ativo 100% do tempo, quando a própria legislação e as normas da saúde apontam para a importância do descanso durante os plantões.

Urgências e emergências: para quem o plantão realmente existe
É fundamental que todos entendam a diferença entre urgência, emergência e consultas de rotina.
Os plantões e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) existem para atender situações graves e imediatas, como acidentes, crises agudas ou doenças que colocam a vida em risco. Pacientes sem sintomas graves não devem procurar essas unidades – elas não são o local adequado para atendimentos ambulatoriais ou consultas eletivas.

No SUS, casos não graves devem ser encaminhados às Unidades Básicas de Saúde (UBS). Já nos planos de saúde, o ideal é marcar consultas com especialistas ou buscar clínicas conveniadas.

O que acontece quando isso não é respeitado?
A busca desnecessária por atendimento emergencial não só sobrecarrega os plantões, como também é nesses cenários que surgem conflitos. Pacientes sem sintomas graves, ao encontrar demora no atendimento – ou ao se deparar com um médico descansando entre as demandas – muitas vezes recorrem a ofensas ou até agressões.

Mas atenção: o médico que atende casos que não são urgentes está indo além de sua obrigação! Ele tem direito ao descanso entre as urgências e emergências, e está ali para salvar vidas nas situações mais críticas. Respeitar isso é essencial para que o sistema de saúde funcione bem para todos.

Por que você não deve procurar um plantão ou UPA desnecessariamente
Procurar atendimento em plantões ou UPAs para casos não urgentes pode gerar mais transtornos do que soluções:

  • Você terá que esperar mais: A prioridade dessas unidades são casos graves e urgentes.
  • Exposição ao ambiente hospitalar: O risco de contaminação é real, especialmente para quem não precisa de atendimento imediato.

Assim, antes de buscar o plantão, pergunte a si mesmo: “Meu caso é uma urgência ou emergência?” Caso contrário, procure o atendimento mais adequado.

Respeito ao médico: um ato de humanidade
Uma reflexão importante: quando foi que tratar mal os profissionais que salvam vidas se tornou aceitável?

Os médicos plantonistas estão ali para servir, para salvar. Porém, agressões e desrespeito podem afetar sua saúde emocional e impactar diretamente a qualidade do atendimento. Afinal, eles são humanos, não máquinas.

Apesar de serem treinados para manter o foco e solucionar problemas de saúde, a agressividade recebida pode interferir no emocional e na entrega do cuidado. Isso prejudica o profissional e, consequentemente, o paciente.

Respeitar quem cuida de você não é apenas uma questão de ética, mas de empatia.

Conclusão
Médicos plantonistas dedicam suas vidas a salvar outras. Eles enfrentam jornadas intensas e cenários desafiadores que exigem o máximo de seus esforços físicos e emocionais. Respeitar suas condições de trabalho e compreender o papel de cada unidade de saúde é uma responsabilidade de todos.

Em 2025, vamos transformar a maneira como tratamos esses profissionais. Porque respeitar quem cuida é cuidar de todos nós.

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